quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Das roupas que ensinamos nossas filhas a usar

Eu não sei bem se estou no caminho mais adequado da maternidade. Aliás, a dúvida é sempre a fiel companheira das mães, mas uso esse espaço para relatar para mim mesma em grande parte, as experiências da maternidade. Estamos na fase: Cecília escolhe a roupa que quer vestir. Aliás, vou logo dizendo que acho linda aquelas menininhas de vestidos com as tiaras ornando, acho mesmo, porém, Cecília não é uma dessas meninas. No começo do processo eu queria que ela usasse as roupas que eu achava mais legais, inútil, tudo virava uma grande confusão, briga e choreiro. Ela não gosta de amarrar cabelo, até gosta, mas só quando quer. E as roupas são assim. Até os 3 anos ela não usou, basicamente, nenhuma saia. Odiava. Agora ama e tal ponto de querer, em temperatura beirando zero grau, ir de saia para a escola. Mas não é só a saia, ela gosta de colocar peças sobre peças: bermuda sobre calça, saia sobre calça jeans e tudo o mais colorido possível: outro dia, foi com uma saia verde super rodada, uma calça legging bordo, meia cinza, sapato amarelo e uma camiseta branca com um bolero preto. Assim mesmo, coloridíssima. Passei na rua por algumas pessoas que a olhavam e o primeiro pensamento foi: deveria ter ajudado com a roupa hoje, mas logo em seguida eu pensei: por qual motivo? Ela ia linda, confiante e sorridente. Não se sentia constrangida, sentia-se poderosa com a escolha que havia feito. E vendo a atitude dela, refleti sobre a minha própria insegurança e ponderei que ela, muito melhor do que eu, vai olhar para o mundo como uma mulher que não se permite medir pela roupa. Ah! O que se pode aprender com as crianças.

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