domingo, 11 de setembro de 2016
Da felicidade de um dia de sol
O sol brilha no quintal. Capino a horta, ralho com a Cecília, os morangos estão ficando vermelhos. Então, entrego-me à frágil sensação da felicidade, aquele instante em que tudo parece no lugar. Sou de entremeios, quase nunca percebo essa alegria singela em não ser ninguém: em afundar-me no cotidiano sem esperar grandes acontecimentos. Talvez seja uma fuga. Talvez medo. Mas já passei por tempestades suficientes para saber que essa calmaria pode ser só calmaria. Nada que venha antes, nada que desperte a ansiedade. Não há primeiro a felicidade para logo em seguida sermos castigadas pela infelicidade do não merecimento. Somos felizes assim, aos poucos. Por isso não me iludo: planto a horta, escrevo, planto o jardim, cuido da Cecília, escrevo. A pouca glória da rotina me é um abrigo. Canso-me facilmente das atribulações dos sujeitos empertigados, daqueles que estão sempre atrás de uma agitação, como se a calma testemunhasse alguma forma de derrota. Pois se assim é, estou eu então, derrotada. Como meu chocolate, sem ocupar-me do papel de estanho, por isso não deito tudo no chão. Já estou lá. Sinto a grama e não sou ninguém.
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