segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Teatro

Eu viajo muito nos últimos tempos. Aqui e ali. Talvez por isso, ainda tenha em Campo Mourão uma espécie de refúgio: as ruas conhecidas, as pessoas, os lugares. Me formei na Fecilcam que agora é Unespar que fica em frente ao Teatro Municipal e foi por conta de um evento acadêmico que entrei novamente no teatro. Como o tempo passa devagar naquele lugar: pouco mudou – o cheiro, as cortinas, o palco – tudo ali me pareceu tão familiar e tive a estranha sensação de regressar para um passado em que dormia nas coxias ensaiando os espetáculos, tive a impressão de ter visto o Dino de contrarregra lá entres as pernas de entrada para o palco e o Sílvio na mesa de som. Lembrei-me de um show do Oswaldo Montenegro. Ele perguntou para a plateia quais as músicas que ela queria ouvir e alguém respondeu a Lista. Prontamente dedos no violão e começou: “faça uma lista de grandes amigos”...”onde você se reconhece?”. E parada ali diante do palco, me reconheci: saudades, amigos, amores, segredos, sonhos... Apertei a mão da Cecília  e senti-me feliz. Tudo estava onde deveria.

domingo, 9 de agosto de 2015

Do dia dos pais e seus afins

Tem quase vinte anos que meu pai morreu. É uma ausência, aliás, é uma saudade. Meu pai não era ausente. Sempre foi, do jeito dele, muito presente na nossa vida. Mas os padrões mudam e os pais precisam mudar também. As mães mudaram: têm jornadas excruciantes – trabalho, casa, filh@s, escola dos filh@s, agenda da escola, prazos para entregar coisas, etc. Os pais, muitos deles, ainda não sacaram que não “ajudam” quando fazem o que “deveriam” fazer: olhar os filh@s, ver agenda, fazer almoço, dar banho, etc, etc, etc. Não é só trocar a fralda (que já é um avanço), até porque ali pelos dois anos acabam-se as fraldas. É levantar no meio de uma noite de febre. É deixar a carreira em segundo plano para contribuir no dia-a-dia da casa, para tornar a jornada mais leve para as mães, para ser verdadeiramente pai.
Esse é o primeiro ponto. O segundo tem haver com a configuração do que entendemos por família hoje. Sinceramente. As escolas  precisam urgentemente prever em suas comemorações a mutabilidade das relações. E quem é separado? E quem é mãe solteira? E quem tem duas mães?  Tenho companheiras que tocam a família sozinha. Que não se assustam e seguem firmem na função de ser mãe e pai, sem perder a graça e a paciência. Então, para essas mães e para aqueles que sabem que ser pai e mãe vai muito além dos estereótipos lançados pela mídia para vender produtos a todo custo, o dia de hoje é mais um dia no embrulhar da vida....



                                                                                                                                                          

My heavy heart

  My heavy heart A canção do Coldplay toca no rádio do carro. Your heavy heart é feito de pedra. Você não precisa ser sozinha....voltando ...