Eu viajo muito nos últimos tempos. Aqui e ali. Talvez por
isso, ainda tenha em Campo Mourão uma espécie de refúgio: as ruas conhecidas,
as pessoas, os lugares. Me formei na Fecilcam que agora é Unespar que fica em
frente ao Teatro Municipal e foi por conta de um evento acadêmico que entrei
novamente no teatro. Como o tempo passa devagar naquele lugar: pouco mudou – o cheiro,
as cortinas, o palco – tudo ali me pareceu tão familiar e tive a estranha
sensação de regressar para um passado em que dormia nas coxias ensaiando os
espetáculos, tive a impressão de ter visto o Dino de contrarregra lá entres as
pernas de entrada para o palco e o Sílvio na mesa de som. Lembrei-me de um show do Oswaldo Montenegro.
Ele perguntou para a plateia quais as músicas que ela queria ouvir e alguém
respondeu a Lista. Prontamente dedos no violão e começou: “faça uma lista de
grandes amigos”...”onde você se reconhece?”. E parada ali diante do palco, me
reconheci: saudades, amigos, amores, segredos, sonhos... Apertei a mão da
Cecília e senti-me feliz. Tudo estava onde deveria.
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
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