Tem quase vinte anos que meu pai
morreu. É uma ausência, aliás, é uma saudade. Meu pai não era ausente. Sempre
foi, do jeito dele, muito presente na nossa vida. Mas os padrões mudam e os
pais precisam mudar também. As mães mudaram: têm jornadas excruciantes –
trabalho, casa, filh@s, escola dos filh@s, agenda da escola, prazos para
entregar coisas, etc. Os pais, muitos deles, ainda não sacaram que não “ajudam”
quando fazem o que “deveriam” fazer: olhar os filh@s, ver agenda, fazer almoço,
dar banho, etc, etc, etc. Não é só trocar a fralda (que já é um avanço), até
porque ali pelos dois anos acabam-se as fraldas. É levantar no meio de uma
noite de febre. É deixar a carreira em segundo plano para contribuir no
dia-a-dia da casa, para tornar a jornada mais leve para as mães, para ser
verdadeiramente pai.
Esse é o primeiro ponto. O
segundo tem haver com a configuração do que entendemos por família hoje.
Sinceramente. As escolas precisam
urgentemente prever em suas comemorações a mutabilidade das relações. E quem é
separado? E quem é mãe solteira? E quem tem duas mães? Tenho companheiras que tocam a família sozinha. Que não se assustam e seguem firmem na função de ser mãe e pai, sem perder a graça e a paciência. Então, para essas mães e para aqueles que sabem que ser pai e mãe vai muito
além dos estereótipos lançados pela mídia para vender produtos a todo custo, o dia de hoje é mais um dia no embrulhar da vida....
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