domingo, 3 de janeiro de 2016

Ano novo.

Quão previsível é começar um texto nos primeiros dias de janeiro com tal título? Pois bem, previsibilidade é parte do jogo entre autores e leitores. Se há surpresa é porque o leitor se desatentou em algum momento. Eu sou a mais crente das leitoras. Sempre há surpresa. Pois bem. Não fiz promessas. Não fiz listas. Não estabeleci metas: mas quero ver a Cecília crescer. Publicar e escrever a tese.  Cuidar do jardim. Andar mais de bicicleta. Ler os livros da minha pilha imaginária que se acumulam desde a graduação. Dirigir menos. Viver, respirar sem pressa e tentar dormir mais duas horas por noite. Pois bem. Tornou-se uma lista. Coisa inapropriada de rever a gente pelo lado do avesso é que sempre enumeramos, para o bem o para o mal, um  monte de aflições que estão ali, na espreita, esperando uma virada de ano, um aniversário, para voltarem, aparecem. Não quero aflições, por isso também, os ditos enumerados não são resoluções. Quero a previsibilidade. Um ano sem surpresa, onde eu consiga reparar os sinais e me preparar. Quando era pequena e morava em Luiziana, sempre sabia de onde vinham as nuvens das piores chuvas. Com tantas mudanças feitas, demoro para perceber. Então, para 2016 quero, de novo, saber de onde ficam as nuvens com as piores tormentas. Não, elas não deixarão de vir.  Mas poderei fechar a casa, recolher as roupas e os gatos. E poderei escolher se sinto medo ou alívio em sabê-las

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