sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Os sonetos de amor de Neruda

II
Amor, quantos caminhos até chegar a um beijo,
que solidão errante até tua companhia!
Seguem os trens sozinhos rodando com a chuva.
Em Taltal não amanhece ainda a primavera.

Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos,
juntos desde a roupa às raízes,
juntos de outono, de água, de quadris,
até ser só tu, só eu juntos.

Pensa que custou tantas pedras que leva o rio,
a desembocadura da água de Boroa,
pensar que separados por trens e nações

Tu e eu tínhamos que simplesmente amar-nos,
como todos confundidos, como homens e mulheres,
com a terra que implanta e educa os cravos.
Cem sonetos de amor, Porto Alegre, L&PM:1999.


Porque encontrar um livro de poesia, de contos, no meio de tantas teorias é uma espécie de domingo da vida....

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