segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
Dos rios que margeiam nossa vida.
A saudade é um rio que atravessa nossa vida. Digo rio, pois, não há para mim, melhor metáfora. E a metáfora como bem sabemos é um transbordamento de sentidos. Por isso, o rio: ele sempre margeia a terra firme, sem de fato ocupar-se de parar, sempre corre, mas leva sempre, sempre lava, molha, marca. Quem cresce com rios em sua infância os guarda para sempre - como um singular Tejo - desdobrado em acalantadas memórias de gritarias, risadas e, no meu caso, amor. Eu tenho um rio: o Laranjeiras. Os que de mim sabem, conhecem minha relação com aquelas longínquas águas. Nelas cabem todo o meu mistério: a casa da bruxa, o balanço que cortava o rio, as muitas horas dentro da água fria cortada pelos filetes de sol que atravessavam a vegetação, os pés de ariticuns até chegar às águas e, em meu último contato com o Laranjeiras, a explicação sobre os seixos. Sempre fui de terceiras margens. Sempre alonguei-me em mim e nos rios para que pudesse arranjar em palavras tudo o que sentiae virar rio é virar coisa que não carece de explicação.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
My heavy heart
My heavy heart A canção do Coldplay toca no rádio do carro. Your heavy heart é feito de pedra. Você não precisa ser sozinha....voltando ...
-
As palavras são de uma canção do Skank. As músicas da banda narraram acontecimentos durante toda a minha vida, em especial, a amorosa. E, no...
-
Eu escrevo há tempos.E, de quando em quando, encontro (quase sempre entre uma mudança e outra) esses escritos; uns publicáveis, outros nem c...
-
Fui com a Cecília para Porto Alegre. Fomos de ônibus. Levei um celular antigo, de um tempo muito, muito distante em que o aparelho servia pa...
Nenhum comentário:
Postar um comentário