terça-feira, 29 de setembro de 2015

O Bolero de Ravel

Quem não conhece o poema Desejo a você, do Drummond, deveria começar a procurar. Hoje, uma sequência de eventos me trouxe a lembrança desse poema. Desejo a você fruto do mato/ Cheiro de jardim....e os versos finais: Bolero de Ravel e muito carinho meu. Eu tenho um disco com o Bolero de Ravel e lembro-me que, no tempo em que morava sozinha, colocava o disco enquanto me arrumava para sair, dançava enquanto me vestia, flutuava  e inventava passos, como se bailarina fosse. Não sei. A saudade me constitui. Os encontros com pequenas coisas que me foram tão fundamentais abalam poeticamente o meu dia. Queria passar reto, não ter ilusões e nem suspiros para esses momentos, mas sou etérea e desfolho minha manhã nos guardados da vida. Não é tristeza, veja bem. É apenas a melancolia necessária para um poema, um verso. Logo o barulho do presente, do agora ocupa a casa novamente. Vou guardar o poema, o disco e seguir a tarde.

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