quarta-feira, 5 de agosto de 2020
no te vayas
A palavra me veio tarde. É o poema do Benedetti. A metáfora dos barcos, a súplica ali contida. Quis teu regresso. Que deixasse as roupas em casa, que teus olhos de lua encontrassem os meus pela manhã. Todas elas. "Pero vos por favor no te vayas". E os versos riscavam minha noite vazia. As palavras que cabem em mim, mas não me habitam mais. Como pedir para não ir aquele que nunca ficou? O desastre do desamor alinhado num escrito de tão pouco. Tudo caberia na vida se você tivesse ficado. Segurado minha mão com apreço, sem arrogância. Olhando-me como quem eu era. Você me via? Via a minha dor? Ocupou-se dela por preocupação ou culpa? Justificou-se lamuriando para si coisas ditas para que servissem como certas para você? Disse para si mesmo que não enganaste ninguém? Que todos souberam de tudo e tudo estava às claras? Por favor. No te vayas. Viste em meu olhos esse pedido todas as vezes. Viste. Leste e ainda partiu. Todas as vezes. Me tiraste as palavras e a crença do amor como uma baía linda e generosa. Eu sei, não voltarás, mas por favor, não vá.
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